O Ibovespa fechou nesta terça-feira (18) com queda de 0,29%, aos 114.977,29 pontos, em uma sessão em que o índice variou dos 113,5 mil aos 115,3 mil pontos.
No encerramento, das 73 ações que compõem o índice, 29 fecharam com alta e 44 em baixa.
O volume financeiro negociado no dia foi de R$ 20,21 bilhões.
A bolsa brasileira acompanhou sobretudo o cenário de aversão ao risco que domina os mercados internacionais.
A principal preocupação foi o alerta dado pela Apple de que não conseguirá cumprir suas projeções de receita até o encerramento do primeiro trimestre, por consequência da epidemia do coronavírus.
Mais valiosa empresa americana, a fabricante esperava reportar vendas líquidas entre US$ 63 bilhões e US$ 67 bilhões em seu segundo trimestre fiscal.
O temor é de que o contágio na Apple se alastre para outras companhias de outros países, bem como seus respectivos dados de crescimento, diz Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença DTVM.
“O problema é se afetar o desempenho de outras empresas e o PIB de vários países”, afirma.
Dólar
Por sua vez, o dólar voltou a fechar em nível recorde, em novo dia de fortalecimento generalizado da moeda americana no mercado internacional.
Além dos alertas da Apple, bancos seguiram cortando projeções de crescimento este ano da China, da economia mundial e do Brasil.
O dólar fechou, no mercado à vista, com valorização de 0,65%, a R$ 4,3574. Na máxima, foi a R$ 4,3613.
Para o chefe da mesa de câmbio da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, o quadro atual na economia brasileira e mundial não favorece o mercado de câmbio: incerteza com os efeitos do coronavírus, juros historicamente baixos e projeções de crescimento do Brasil sendo revisadas para baixo.
“Nossa relação risco retorno está cada vez menos atrativa para o investidor estrangeiro”, disse ele. Nesse ambiente, ele destaca que o mercado fica testando o BC, para ver se ele atua.
Desaceleração
O cenário macroeconômico incerto está levando instituições a revisarem projeções para o crescimento do PIB.
O Mitsubishi UFJ Financial Group (MUFG) revisou a estimativa do PIB para 2,2% este ano em relação à projeção anterior de 2,8%.
O MUFG revisou a previsão para a inflação do IPCA, de 4% para 3,1%, “influenciada pelo cenário de atividade econômica mais fraca e por alguns eventos positivos inesperados, como fortes chuvas, mantendo a bandeira verde nas tarifas de eletricidade por mais tempo.
“Por fim, agora esperamos que a taxa Selic fique constante em 4,25% até o final deste ano”, afirmou em comunicado.
Eletrobras
Entre as maiores altas, se destacavam os papéis da Eletrobras, após declaração feita pelo secretário de Privatizações do governo, Salim Mattar, de que a estatal será capitalizada em 2020. ELET3 fechou com alta 5,95% e ELET6, +5,23%.
De acordo com Mattar, isso deve ocorrer porque o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e o do Senado, Davi Alcolumbre, já teriam entendido a necessidade da capitalização para novos investimentos.
Petrobras
O mercado acompanhou ainda o desenrolar da greve dos petroleiros, que ingressou no 18º dia e que foi declarada abusiva e ilegal pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), que manteve a cobrança de multas diárias aos sindicatos envolvidos na paralisação.
As ações da Petrobras subiram PETR3 (+0,76%) e PETR4 (+1,33%).
A Petrobras notificou as entidades sindicais da decisão e “aguarda que os empregados retornem às suas atribuições imediatamente”.
A categoria avisou que irá recorrer da decisão. Outro foco de atenção é a paralisação de caminhoneiros programada para amanhã.
Vale
Após uma segunda-feira de ganhos conduzidos principalmente pelas empresas ligadas às commodities, foram elas que devolveram parcela dos ganhos da véspera. Vale ON, por exemplo, encerrou o dia com queda de 1,14%.
Multiplan
Também se destacava entre as altas a Multiplan (MULT3), que divulgou balanço do quarto trimestre de 2019, com crescimento de 10,6% no lucro líquido, para R$ 164,5 milhões. Os papéis subiam subiram 1,87%.
Mais altas
No topo das altas ficou Marfrig (MRFG3), com alta de 7,34%.
Mais baixas
Já as maiores baixas ficaram com Qualicorp (QUAL3) e BTG (BPAC11), com quedas, respectivas, de 3,10% e 3,04%.
(Com Estadão Conteúdo)






