Descubra as 10 Maiores Pagadoras de Dividendos da Bolsa
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Notícias
Governadores do RJ, SP e RS fazem críticas a Bolsonaro durante evento

Governadores do RJ, SP e RS fazem críticas a Bolsonaro durante evento

Os governadores de São Paulo João Doria (PSDB), do Rio, Wilson Witzel (PSC), e de Minas, Eduardo Leite (PSDB), fizeram críticas ao presidente Jair Bolsonaro

Os governadores de São Paulo João Doria (PSDB), do Rio, Wilson Witzel (PSC), e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), fizeram críticas a declarações e ao comportamento do presidente Jair Bolsonaro durante evento do mercado financeiro organizado pelo Banco BTG Pactual, nesta terça (18).

Doria, Witzel e Leite já tinham marcado posição contra o presidente ao assinar com outros 17 governadores uma carta, divulgada nesta segunda (17), em que atacam declarações de Jair Bolsonaro, feitas no último final de semana, sobre a morte do miliciano Adriano da Nóbrega, pela polícia militar da Bahia.

A nota foi chancelada por governadores de 20 estados: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe.

“Não pode antecipar investigações”

No evento do BTG Pactual, os governadores de São Paulo, Rio e Minas voltaram a discordar das declarações do presidente segundo as quais a morte do ex-capitão Adriano da Nóbrega foi provocada pela polícia do estado da Bahia, governado pelo petista Rui Costa. Nóbrega é tido como miliciano e acusado de ser um dos autores do assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL, em março de 2018.

Witzel, do Rio, disse que Bolsonaro “não pode antecipar investigações”. E reforçou: “Quando me perguntam sobre determinada prisão ou morte, digo que é preciso deixar a polícia investigar. Não cabe a governantes qualquer tipo de avaliação desse tipo. Essa análise pode ser incorreta”, disse Witzel. “Quem julga e denuncia são as instituições.”

Publicidade
Publicidade

O governador do Rio lembrou que a carta “sinaliza o interesse dos governadores de discutir o Brasil de forma clara”. Witzel argumentou que “diminuir o preço do combustível numa reforma tributária que até agora não andou no Congresso, além de não resolver o pacto federativo não caminhou no Congresso, são evidências de que o país precisa de diálogo e a liderança do presidente”.

Witzel opinou: “Ele tem que conversar com os presidentes das duas casas”.

Busca de solução

A carta dos governadores tem um ponto em comum, de acordo com o governador do Rio. “É preciso a união de todos por uma solução. Quem está com fome e sem emprego não pode esperar”, afirmou Witzel.

O movimento para a assinatura da carta partiu de ex-apoiadores do bolsonarismo, como os governadores Wilson Witzel e João Doria.

O governador paulista se mostrou particularmente incomodado com Bolsonaro quando o presidente sugeriu que a culpa do preço dos combustíveis estava com os governadores, que não cortam o ICMS.

Referindo-se às declarações de Bolsonaro, o tucano disse que o tema deve ser conduzido de maneira “constitucional”: “Isso não é uma gincana nem uma brincadeira feita por WhatsApp do desafio, ‘você faz primeiro, eu faço depois’… Não é um debate de responsabilidade. O governo de São Paulo é responsável, os outros 26 governos também. Dos 27 governadores, 24 assinaram uma carta não para desafiar ninguém, mas apenas mencionando que o diálogo deve ser no âmbito do Congresso”.

Abertos ao diálogo

No evento em São Paulo do BTG Pactual, Doria reclamou que as declarações de Bolsonaro “não contribuem para a evolução da democracia no Brasil” e “lembrou que os governadores estão abertos ao diálogo”.

“Convidamos Bolsonaro para o Fórum dos Governadores e demos a ele a prerrogativa de escolher o local para conversarmos”, disse Doria, ao afirmar novamente que o presidente “não pode governar pelo Whatsapp”.

Doria disse que os governadores do Sul e Sudeste, apesar das diferenças “partidárias e ideológicas”, optam “pelo bem dos Estados”.

Afirmou também que os preços altos dos combustíveis não são de responsabilidade dos governadores como Bolsonaro teria tentado fazer a população acreditar.

IPI e ICMS

O presidente da República disse que zeraria o Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) incidente sobre os preços dos combustíveis se os governadores reduzissem o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no preço dos combustíveis.

Doria cravou: “Quem determina os preços dos combustíveis é o governo federal, a Petrobras. Não queremos estabelecer confrontos e discutir pelas redes sociais quem tem ou não tem razão”.

Ainda em seu discurso, Doria disse acreditar que Bolsonaro precisa de “uma boa dose de humildade” e reconhecer que foi eleito para governar todo o Brasil e para todos os brasileiros.

Privatizações

Wilson Witzel (PSC) comentou ainda o discurso descentralizador entoado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes: O governador do Rio diz que a fala não se aplica à prática, como na condução das privatizações.

“A descentralização das privatizações poderia ocorrer com apoio dos Estados empoderados, como Rio Grande do Sul e São Paulo, que poderiam ajudar na modelagem”, afirmou.

Witzel mencionou o Porto do Rio de Janeiro, que, acredita, poderia ser privatizado pelo Estado se o governo federal desse o aval.

(Com Estadão Conteúdo)