O Google, da Alphabet, está conversando com os editores de jornais, agências e sites de notícias sobre o pagamento de uma taxa de licenciamento pelas notícias que aparecem no seu mecanismo de busca, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto. Essa medida, de acordo com o The Wall Street Journal, marcaria uma mudança no relacionamento do gigante das buscas com organizações de notícias.
As conversas ainda estão no início e não se sabe se qualquer acordo será acertado. A maioria dos players de notícia são de fora dos Estados Unidos, a maioria da Europa. Os termos financeiros dos acordos de licenciamento não são conhecidos.
Momento decisivo
Tais acordos de licenciamento entre o Google e as organizações de notícias seriam um momento decisivo para jornais, sites e agências de notícias, que há muito tempo buscam uma compensação do Google.
Isso porque o gigante de buscas envia às organizações de notícias grandes quantidades de tráfego todos os meses através de seu mecanismo de pesquisa, mas até agora resistiu a pagar diretamente às organizações de notícias por seu conteúdo.
A lógica das organizações de notícias é simples: só uma pequena parte das pessoas acessam diretamente os sites de notícias. A maioria delas vai ao Google, pesquisa pela notícia e depois vai ao site que a publicou. Dessa forma, o Google é que se monetiza, através de publicidade que consegue vender pelo alto tráfego em suas páginas, mas com conteúdo de terceiros.
Facebook e Google
O Facebook já sinalizou esse caminho. No ano passado, o Facebook anunciou que pagaria às organizações de notícias – em alguns casos milhões de dólares por ano – para licenciar suas manchetes e resumos de matérias para uma guia de notícias. O Google seria o segundo gigante da tecnologia a avançar para esse tipo de pagamento.
“Queremos ajudar as pessoas a encontrar jornalismo de qualidade – é importante informar numa democracia e ajudar a apoiar um setor de notícias sustentável”, afirmou o vice-presidente de notícias do Google, Richard Gingras, em comunicado.
O Facebook, que foi alvo de críticas semelhantes às que o Google constantemente recebe, lançou no ano passado uma “guia de notícias” dedicada com conteúdo produzido profissionalmente – um movimento da rede social para promover o jornalismo e perder sua reputação como plataforma de desinformação.
Esperava-se que o Facebook pagasse algumas das organizações de notícias, na faixa dos milhões de dólares em alguns casos.
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