As exportadoras brasileiras de commodities perderam um valor de mercado de R$ 47,709 bilhões desde o primeiro dia do surto de coronavírus na China. As informações são de reportagem publicada na edição deste sábado (22) do jornal O Estado de S. Paulo.
Até a última sexta-feira (21), mais de 75.000 pessoas na China continental estavam infectadas e mais de 2.000 morreram. Investidores desconfiam que Pequim não esteja divulgando o cenário real da doença.
A economia chinesa dá sinais preocupantes, e esse quadro irá impactar nas exportações brasileiras.
Vendas de carros caíram 92% na China
Os investidores temem que o setor de construção no país asiático desacelere devido à falta de mão de obra.
O declínio na produção de automóveis também é preocupante. As vendas de automóveis no varejo chinês caíram 92% nos primeiros 16 dias de fevereiro devido à epidemia e está ‘parada’. As informações são do Estadão.
Especialistas acreditam que as empresas deverão sentir os efeitos da doença no balanço do primeiro trimestre.
Desde o início do surto as ações ON e (com direito a voto) da Gerdau (GGBR3 GGBR4) e
Vale (VALE3), que exportam minério de ferro para a China, caíram mais de 12% e 10%, respectivamente.
“O coronavírus não teve efeito nas quantidades, mas impactou nos preços, evidentemente”, afirmou Roberto Castello Branco, presidente da Petrobrás, na divulgação de resultados esta semana para o jornal O Estado de S.Paulo.
Crise reflete em resultados
“Porque os mercados antecipam os efeitos na atividade econômica. Então, é só observar o preço, o comportamento dos preços do petróleo que houve uma queda. E vai se refletir nos nossos resultados no primeiro trimestre. Dizer quanto foi, agora, seria prematuro, até porque nós estamos no meio do trimestre”, relatou.
Para o analista da Mirae Asset Pedro Galdi, as perdas devem ser temporárias. Ele disse que, no caso da Vale, a empresa gastou US$ 30 para produzir minério de ferro e o entregar para a China, enquanto o preço da commodity ainda era de US$ 90.
“O preço pode até cair para US$ 80 que a Vale ainda terá margem confortável. O que atinge mais a ação é a aversão ao risco generalizada, uma vez que os investidores estrangeiros saem primeiro das blue chips”, disse.
Quedas
O papel PN da Gerdau foi a maior queda no último mês, com 12,39%, seguido de Vale ON, com baixa de 10,53% e CSN ON, com retração de 10,44%.
Com perdas mais amenas, Petrobrás ON caiu 3,59% no período, a PN recuou 3,45%, e Suzano ON teve baixa de 3%.
No caso da petrolífera, a menor queda reflete, segundo analistas, no balanço e o fato de os papéis já terem sido penalizados, principalmente pela emissão feita pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para vender suas ações na estatal.
Já a Suzano ganhou quase R$ 3 bilhões em valor de mercado nos últimos dias com a valorização da celulose.
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