O Índice de Confiança da Construção (ICST) recuou 1,4 ponto em fevereiro, chegando a 92,8 pontos. A desaceleração acontece depois de alta de 2,1 pontos em janeiro, quando o índice alcançou o maior registro desde maio de 2014 (quando era de de 94,6). E marca o primeiro recuo depois de oito altas.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 21, pela Fundação Getulio Vargas.
Em fevereiro, o Índice de Expectativas mostrou uma correção no otimismo setorial. “Essa moderação pode ter muitas origens. Por exemplo, uma frustração com o ritmo da recuperação. Ou o aumento das incertezas em relação à continuidade do Programa Habitacional”, afirma Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção da FGV.
“Ainda assim, os empresários do setor apresentam uma confiança superior à alcançada no mesmo mês de 2019. E a percepção em relação à situação continuou avançando e já está em patamar equivalente ao do início de 2015. Por enquanto, os resultados validam as projeções de crescimento para o ano”, complementou.
Confiança da Construção: expectativas pioram para os próximos meses
O resultado negativo do ICST em fevereiro refletiu a piora da percepção dos empresários em relação às expectativas para os próximos três e seis meses. O Índice de Expectativas (IE-CST) recuou 5,2 pontos. Foi para 99 pontos, nível muito próximo à neutralidade. O indicador de demanda prevista apresentou queda de 5,5 pontos. Foi para 99,7 pontos. O indicador de tendência dos negócios para os próximos seis meses caiu 4,9 pontos, para 98,3 pontos.
Por sua vez, o Índice de Situação Atual (ISA-CST) avançou pelo nono mês consecutivo. Saiu de 84,3 pontos para 86,7 pontos, o maior valor desde dezembro de 2014 (91,0 pontos). Apesar do indicador de situação atual dos negócios ter permanecido estável (variando 0,3 ponto, para 86,9 pontos), o indicador de carteira de contratos apresentou alta. Foi de 4,4 pontos, para 86,6 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) cedeu 0,3 ponto percentual, para 70,6%. Ele foi influenciado pelas quedas de 1,1 ponto do NUCI de Máquinas e Equipamentos e 0,1 ponto de Mão de Obra.
Melhora no acesso ao crédito
A redução na taxa de juros dos financiamentos habitacionais tem contribuído para um maior otimismo com as perspectivas das empresas da área de edificações. A proporção de empresas que apontam dificuldade de acesso a crédito bancário recuou a 45,5% em fevereiro do ano passado e a 33% agora.
“Para a maioria das empresas o acesso ao crédito ainda está difícil – o Índice está abaixo de 100. No entanto, desde junho do ano passado o indicador subiu de forma expressiva. Isto aponta menos dificuldades por parte das empresas para conseguir crédito. E é também um elemento importante no movimento de recuperação do mercado” observa Ana Castelo.





