O presidente da República, Jair Bolsonaro, emitiu uma nota oficial neste sábado à noite, subindo o tom nos ataques contra o governador da Bahia, Rui Costa (PT), no episódio que envolve a morte de Adriano da Nóbrega pela polícia militar baiana.
Mais cedo, nas redes sociais, Rui Costa criticou os laços de amizade entre o líder miliciano e o presidente, que havia dito antes que “quem matou Adriano foi a polícia do PT”.
Na nota, o presidente da República diz que “Rui Costa não só mantém fortíssimos laços de amizade com bandidos condenados em segunda instância, como também lhes presta homenagens”.
Bolsonaro se refere à visita que o governador baiano fez, em junho de 2019, ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, quando o petista estava preso em Curitiba.
De acordo com a nota da Presidência, a Polícia Militar da Bahia “não preservou a vida de um foragido, e sim sua provável execução sumária, como apontam peritos consultados pela revista Veja“.
“É um caso semelhante à queima de arquivo do ex-prefeito Celso Daniel (assassinado em 2002), onde seu partido, o PT, nunca se preocupou em elucidá-lo, muito pelo contrário.”
Segundo Bolsonaro, o então tenente Adriano foi condecorado em 2005. “Até a data de sua execução, 9 de fevereiro de 2020, nenhuma sentença condenatória transitou em julgado em desfavor do mesmo”, diz.
Ainda de acordo com o presidente é irônico o governador petista falar de “más companhias quando os principais dirigentes nacionais do PT foram condenados e presos na Operação Lava Jato”.
Bolsonaro completou dizendo que os brasileiros querem saber os nomes dos mandantes das mortes do Celso Daniel, da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, do ex-capitão Adriano da Nóbrega, além dos mandantes da tentativa de homicídio contra ele, durante a eleição presidencial em 2018.
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), disse na tarde deste sábado, 15, por meio de sua conta no Twitter, que o governo baiano “não mantém laços de amizade nem presta homenagens a bandidos nem procurados pela Justiça”.
Na rede social, o governador disse também que o Estado “não vai tolerar nunca milícias nem bandidagem” e que policiais têm direito de salvar suas próprias vidas quando atacados, “mesmo que os marginais tenham laços de amizade com a Presidência”.
A declaração foi dada em duas postagens, em referência às afirmações feitas mais cedo pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro, que apontou a “polícia da Bahia, do PT”, pela morte do miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, o capitão Adriano, no domingo passado no município de Esplanada, a 170 km de Salvador.
Em 2005, o então deputado estadual e hoje senador Flávio Bolsonaro (Sem Partido-RJ), filho mais velho do presidente da República, concedeu a Medalha Tiradentes, mais alta condecoração da Assembleia Legislativa, ao miliciano.
Flávio Bolsonaro também empregou a mãe e a mulher de Adriano.
Fonte: Estadão Conteúdo






