O presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira (18) que o preço do combustível no Brasil e a alta do dólar estão juntos na escala de preocupação do governo. “É um colado ao outro, né?”, afirmou, ao ser questionado por jornalistas.
Bolsonaro aproveitou a oportunidade para reclamar do preço da gasolina. Defendeu que o ICMS seja cobrado em cima do preço da refinaria, e não da bomba.
Entretanto, essa proposta enfrenta forte resistência de governadores de diversos Estados.
“Se bem que a gasolina baixou 10% em janeiro na refinaria e na bomba não baixou nada. Sabem o que estou falando, não quero encrenca com ninguém, mas é a verdade e a verdade dói”, afirmou.
Protestos e julgamento STF
Enquanto isso, caminhoneiros realizam protestos nos Estados de São Paulo, Goiás, Rio Grande do Sul, Bahia, Minas Gerais, além do Distrito Federal.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) informou que as manifestações começaram na véspera e vão até amanhã. O objetivo é reivindicar que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue a constitucionalidade do piso mínimo do frete rodoviário.
O julgamento de três ações que contestam o tabelamento do frete estava previsto para quarta-feira, mas foi adiado.
O ministro Luiz Fux atendeu a um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) para realizar uma audiência de conciliação em 10 de março.
Carlos Alberto Dahmer, diretor da CNTTL e presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Ijuí, afirmou que a mobilização dos caminhoneiros em Goiás, por enquanto, não gerou bloqueios em rodovias, apenas em trechos próximos e em postos de combustíveis.
Porto de Santos
A exceção, de acordo com Dahmer, era o protesto no Porto de Santos, que foi reprimido.
Motoristas protestavam na entrada do porto. Porem não houve bloqueio ao acesso. A informação é da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp).
A Codesp informou ter obtido liminar na Justiça impedindo o bloqueio de acessos rodoviários e marítimos ao Porto de Santos entre os dias 17 e 21 de fevereiro.
“A gente quer que aconteça o julgamento no STF, que tenha uma definição. Temos plena convicção de que não tem inconstitucionalidade na nossa lei”, disse Dahmer.
“Há dois anos que isso vem sendo protelado. Ganhamos tudo através da lei e não recebemos nada por causa das ações de inconstitucionalidade no Supremo”, enfatizou.
Segundo ele, o piso mínimo “não está sendo cumprido, fiscalizado e julgado.”
Dahmer acrescentou que o setor deve participar da audiência de conciliação, mas acredita que se trata “de uma formalidade para ganhar tempo”, uma vez que já houve tentativas semelhantes que não funcionaram. “Não se chega a um consenso.”
Paralisação
Já a Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava) vai manter o chamado de paralisação nacional entre hoje e amanhã (19).
“A orientação é que a categoria pare em casa, faça manutenção do veículo, pare em postos de gasolina com faixas de defesa da pauta e não crie bloqueios em rodovias”, diz o presidente da Abrava, Wallace Landim.
A mobilização deve ocorrer das 6h às 18h, segundo a Abrava.
(Com Estadão Conteúdo)






