De acordo com reportagem do Financial Times, durante o próximo encontro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), na semana que vem, a Arábia Saudita vai pressionar para se fazer um corte substancial na produção de petróleo.
A demanda é vista com preocupação pelos produtores globais de energia, que ainda lutam para responder ao surto do coronavírus que prejudicou a demanda.
Os sauditas estão pedindo aos produtores, incluindo a Rússia, que assinem um acordo coletivo de produção de 1 milhão de barris por dia, uma quantidade significativamente maior do que a discutida anteriormente no âmbito da Opep, informa a reportagem.
O plano tem por objetivo mostrar que os produtores de petróleo são capazes de responder à forte redução na demanda criada pelo coronavírus, que paralisou as cadeias de suprimentos globais e sufocou as viagens internacionais.
De acordo com a proposta, a Arábia Saudita representaria a maior parte do novo corte de 1 milhão de barris por dia, enquanto o Kuwait, os Emirados Árabes Unidos e a Rússia dividiriam o restante. Porém, ainda não há acordo.

Demanda global
Os comerciantes de petróleo temem que a demanda por combustível seja severamente reduzida se os governos ocidentais decidirem impor mais bloqueios às cidades afetadas pelo surto da Covid-19, relata o FT.
O consumo da China caiu cerca de um quarto no início deste mês, pico das quarentenas e restrições de viagens pelo país.
Os analistas ficaram cada vez mais preocupados com o crescimento da demanda global de petróleo este ano, alguns preveem que isso será linear. Análises anteriores trabalhavam com a expansão de pelo menos 1% ou mais de 1 milhão de barris por dia.

Corte extra
A adição de mais 1 milhão de barris por dia aos cortes de produção existentes levaria a redução total da Opep a mais de 3,1 milhões de barris por dia, seu maior corte desde a crise de 2008.
Se o corte extra de 1 milhão de barris por dia for acordado, ele vai superar os 2,1 milhões de barris por dia dos cortes anunciados pelo grupo de produtores em dezembro.
A Arábia Saudita, que tentou surpreender os comerciantes em dezembro ao anunciar um corte maior do que o amplamente divulgado antes da última reunião, poderia novamente pressionar por um corte ainda maior, revela uma fonte do FT.






