O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), medido pela FGV, apresentou alta de 0,87% em dezembro, desacelerando em relação ao avanço de 1,18% registrado em novembro. No acumulado de 2024, o índice subiu 6,86%. Em comparação, em dezembro de 2023, o IGP-DI havia subido 0,64% no mês, mas encerrado os 12 meses anteriores com queda acumulada de 3,30%.
Segundo André Braz, economista do FGV IBRE, “nesta edição do IGP-DI, a inflação nos Produtos Agropecuários do IPA aumentou 0,63%, representando uma forte desaceleração frente aos 3,50% observados em novembro. Esse movimento foi impactado pela queda nos preços de commodities importantes, como soja e bovinos. Apesar disso, a retração do índice foi limitada por pressões inflacionárias captadas pelo IPC, notadamente em alimentos e no setor de construção civil, este último influenciado pelo aumento dos custos de materiais”.
IGP-DI: desempenho do IPA e categorias
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 1,08% em dezembro, menor que a alta de 1,66% registrada em novembro. Por estágios de processamento:
- Bens Finais: desaceleraram de 1,33% em novembro para 0,79% em dezembro, com destaque para alimentos processados, cuja variação caiu de 3,80% para 1,61%. O índice de Bens Finais (ex), excluindo alimentos in natura e combustíveis para consumo, subiu 0,85%, abaixo do 1,64% registrado no mês anterior.
- Bens Intermediários: avançaram de 0,40% em novembro para 0,92% em dezembro, puxados pelo subgrupo combustíveis e lubrificantes para produção, cuja variação saltou de -0,51% para 2,25%. O índice Bens Intermediários (ex) subiu de 0,55% para 0,70%.
- Matérias-Primas Brutas: registraram alta de 1,52%, desacelerando frente aos 3,38% de novembro. As maiores quedas vieram de bovinos (de 10,53% para -2,04%), soja em grão (de 3,34% para -3,63%) e milho em grão (de 7,88% para 0,25%). Por outro lado, itens como café em grão (de 13,25% para 27,15%), minério de ferro (de 0,99% para 6,24%) e mandioca/aipim (de -1,57% para 5,25%) limitaram a desaceleração.
Comportamento do IPC
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,31% em dezembro, revertendo a queda de 0,13% registrada em novembro. Das oito classes de despesa, seis apresentaram acréscimo em suas taxas:
- Habitação: de -1,99% para -0,46%, com destaque para tarifa de eletricidade residencial (-8,76% para -2,75%).
- Transportes: de 0,12% para 0,33%, impulsionado por tarifa de táxi (0,57% para 9,18%).
- Saúde e Cuidados Pessoais: de 0,11% para 0,34%, com destaque para artigos de higiene e cuidado pessoal (-0,61% para 0,09%).
- Educação, Leitura e Recreação: de 0,02% para 0,17%, influenciado por passagem aérea (-0,67% para 0,64%).
- Alimentação: de 1,09% para 1,14%, com frutas em alta (-1,28% para 1,81%).
- Vestuário: de 0,08% para 0,33%, com roupas passando de 0,06% para 0,71%.
Já os grupos Despesas Diversas (de 0,82% para 0,53%) e Comunicação (de 0,06% para -0,01%) desaceleraram, influenciados por itens como cigarros (de 7,01% para 3,76%) e mensalidade para internet (de 0,56% para -0,67%).
Núcleo do IPC e Índice de Difusão
O núcleo do IPC registrou alta de 0,33% em dezembro, levemente acima dos 0,28% de novembro. Entre os 85 itens do IPC, 46 foram excluídos do cálculo do núcleo, sendo 24 com taxas abaixo de 0,09% e 22 acima de 0,61%. O Índice de Difusão aumentou para 64,19%, ante 58,71% em novembro, refletindo uma maior proporção de itens com variação positiva.
Variação no INCC
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,50% em dezembro, acima dos 0,40% registrados em novembro. Os componentes do índice tiveram os seguintes desempenhos:
- Materiais e Equipamentos: de 0,39% para 0,58%.
- Serviços: de -0,27% para -0,09%.
- Mão de Obra: manteve-se praticamente estável, passando de 0,50% para 0,49%.
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