Como viver de renda?
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
/Economia
Notícias
Copom sobe a Selic em 50 pontos-base

Copom sobe a Selic em 50 pontos-base

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, nesta quarta-feira (7), elevar a taxa básica de juros (Selic) de 14,25% para 14,75% ao ano. A decisão, amplamente antecipada pelo mercado, representa uma desaceleração no ritmo de aperto monetário — até então, os aumentos vinham ocorrendo em incrementos de um ponto percentual por reunião. Agora, o mercado se pergunta: este foi o último ajuste do ciclo?

O comunicado pós-decisão retirou qualquer referência a projeção para os próximos passos do Copom.

“Para a próxima reunião, o cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação”, afirma o comitê.

O Copom afirma que se manterá vigilante e que a calibragem do aperto monetário seguirá guiada pelo objetivo de trazer a inflação à meta de 3% no horizonte relevante e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.

Para Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, a depender da ata da próxima semana, a gestora pode revisar para baixo sua projeção de Selic a 15,25% até o fim de 2025. O Boletim Focus divulgado esta semana já projetou estabilidade na projeção para a taxa a partir de agora, prevendo que a Selic deve permanecer em 14,75% até dezembro. A ata da reunião desta quarta, prevista para a próxima terça-feira (13), deve trazer novos sinais sobre os próximos movimentos do Banco Central.

Copom sobe Selic: seis altas consecutivas

Com os atuais 14,75%, a Selic atinge o maior patamar desde outubro de 2016, quando o país enfrentava uma recessão e o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. A trajetória até esse nível foi marcada por seis altas consecutivas, revertendo um ciclo anterior de sete cortes, que havia reduzido a Selic de 13,75% para 10,50% até maio de 2024. Antes disso, a taxa permaneceu estável em 13,75% por cerca de um ano, após uma série de 12 aumentos seguidos a partir do piso histórico de 2%, alcançado durante a pandemia de Covid-19.

gráfico Selic
Fonte: EQI

Cenário do Copom

Segundo o Copom, o ambiente externo é adverso e incerto, especialmente devido à política econômica e comercial dos EUA, que gera incertezas sobre a economia global, a inflação e a condução da política monetária. A volatilidade nos mercados também afeta as condições financeiras globais, exigindo cautela dos países emergentes, ainda mais diante de tensões geopolíticas.

No Brasil, a atividade econômica e o mercado de trabalho seguem dinâmicos, mas com sinais de moderação. A inflação continua acima da meta, e as expectativas para 2025 e 2026 também permanecem elevadas, em 5,5% e 4,5%, respectivamente, acima da projeção do Copom de 3,6% para 2026.

O comitê afirma que há riscos inflacionários tanto de alta quanto de baixa. Os principais riscos de alta incluem desancoragem das expectativas, inflação de serviços persistente e pressões cambiais. Entre os riscos de baixa estão uma possível desaceleração econômica doméstica e global, além de queda nos preços das commodities.

Tá, e aí?Stephan Kautz

Com as expectativas de inflação desancoradas e atividade ainda resiliente, o comitê indicou que os juros devem permanecer em um “patamar significativamente contracionista por período prolongado”.

Para os próximos passos, o Banco Central ponderou que em um cenário com elevadas expectativas de inflação e incertezas, o apropriado é seguir com cautela e flexibilidade. Com isso, diminui a chance de uma nova alta de 50 pontos-base na próxima reunião. “Devemos revisar nosso cenário de Selic terminal em 15,25% após a ata do Copom da semana que vem”, aponta Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset.