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BCE corta juros em 0,25% e mantém previsão de crescimento do PIB em 2025

BCE corta juros em 0,25% e mantém previsão de crescimento do PIB em 2025

O Banco Central Europeu (BCE) anunciou nesta quinta-feira (5) um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros, reduzindo-a de 2,25% para 2%. A decisão ocorre em meio à desaceleração da inflação, que recuou para 1,9% em maio, abaixo da meta de 2%, e ao crescimento econômico ainda modesto na zona do euro.

O movimento de corte nos juros já era amplamente esperado pelo mercado, com uma probabilidade de quase 99%, segundo estimativas da LSEG. O recuo da inflação para 1,9% criou um ambiente propício para o BCE iniciar um ciclo de flexibilização monetária, após um período de aperto que levou a taxa ao pico de 4% em meados de 2023.

De acordo com Christine Lagarde, presidente do Banco Central, o BCE está chegando ao fim do ciclo com o corte de juros: “Acredito que estamos chegando ao fim de um ciclo de política monetária que respondia a choques compostos, incluindo a COVID, a guerra na Ucrânia, a guerra ilegítima na Ucrânia e a crise energética”.

Além disso, Lagarde ainda disse que as “voltas da vitória são sempre boas, mas sempre há outra batalha”.

A decisão também busca impulsionar uma economia que mostrou sinais de fraqueza: no primeiro trimestre de 2025, o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro avançou apenas 0,3%, pressionado por tensões geopolíticas e pela imposição de tarifas comerciais por parte dos Estados Unidos, principalmente nos setores de aço e automóveis.

Projeções mantêm tom cauteloso

Apesar do corte, o BCE manteve sua previsão de crescimento do PIB em 2025 em 0,9%, projetando uma leve aceleração para 1,1% em 2026, uma redução frente à estimativa anterior de 1,2%. Para 2027, a projeção permanece inalterada em 1,3%. Essas revisões refletem a avaliação de que, embora a inflação esteja controlada, os riscos externos e as incertezas comerciais continuam a ameaçar a recuperação econômica.

Quanto à inflação, o BCE ajustou a projeção para 2026 para 1,6%, enquanto manteve a estimativa de 2% para 2027. Segundo o banco, “uma nova escalada das tensões comerciais nos próximos meses resultaria em crescimento e inflação abaixo das projeções de base”. Por outro lado, “se as tensões comerciais forem resolvidas com um resultado benigno, o crescimento e, em menor grau, a inflação, seriam mais altos do que nas projeções básicas”.

Foco na cautela: decisões serão baseadas em dados

O BCE evitou dar sinais claros sobre o futuro da trajetória dos juros. No comunicado oficial, reforçou: “O Conselho do BCE não está se comprometendo previamente com uma trajetória específica para as taxas de juros. As decisões sobre as taxas de juros serão baseadas em sua avaliação das perspectivas de inflação à luz dos dados econômicos e financeiros recebidos, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária.”

Esse posicionamento evidencia que, embora o ambiente atual permita cortes, a autoridade monetária prefere manter flexibilidade diante de um cenário global instável, marcado por possíveis escaladas comerciais e políticas econômicas protecionistas.

Expectativas para os próximos meses

Investidores apostam que o BCE fará uma pausa nos cortes já na próxima reunião, prevista para julho. A expectativa é que a instituição avalie com mais cautela os efeitos defasados da política monetária, que geralmente impactam a economia entre 12 e 18 meses após a implementação.

Ainda assim, parte do mercado acredita na possibilidade de mais um corte nos juros ainda este ano, principalmente se as tensões comerciais com os Estados Unidos se intensificarem.

Um ambiente econômico desafiador

O BCE enfrenta o delicado equilíbrio entre sustentar o crescimento e manter a inflação sob controle. O atual cenário combina a desaceleração da inflação, o crescimento econômico fraco e as incertezas derivadas da política comercial internacional.

A política monetária europeia, portanto, caminha com prudência, ciente de que qualquer estímulo excessivo pode gerar pressões inflacionárias futuras, enquanto uma retirada prematura pode comprometer a recuperação econômica.