O Brasil venceu por 2 a 0 a Sérvia nesta quinta-feira (24) em sua estreia numa Copa do Mundo de números bilionários. Os dois gols do atacante Richarlison, que joga no Tottenham, da Inglaterra, abriram a participação da Seleção no evento esportivo marcado por muita estratégia no campo do marketing e dos negócios, como mostra estudo divulgado nesta semana pela equipe de Equity e Research do banco BTG Pactual.
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Segundo o banco, a audiência somada dos jogos deve chegar a 3 bilhões de pessoas, o que a deixa à frente das Olimpíadas e atrás apenas no Tour de France, competição de ciclismo que se estende por três semanas, com provas de 4 a 5 horas por dia, em média.
Só a final da Copa do Mundo, marcada para o dia 21 de dezembro, deve ter 1 bilhão de pessoas na audiência em todo o mundo. “Os números são impressionantes. Primeiro, quando pensamos na quantidade de pessoas que assistem. E, depois, se olharmos para como a Copa do Mundo é um business bilionário em receita”, explica o analista Carlos Sequeira, que assina o estudo ao lado de Eduardo Rosman.
Eles lembram que nem toda a receita da Copa está concentrada no mês do evento, e parte do faturamento e acordos vêm ao longo do ciclo de quatro anos entre uma disputa e outra. Ainda assim, mais de 70% da receita da Fifa, organizadora da competição, é gerada em ano de Copa.
Ao longo do ciclo completo da Copa do Catar, a expectativa é que a só receita da Fifa feche em US$ 6,44 bilhões, sendo US$ 4,6 bilhões estimados para 2022. Deste valor, US$ 440 milhões são distribuídos às 32 seleções participantes.
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De onde vem a arrecadação bilionária da Fifa?
A maior parte das receitas da Fifa vem dos direitos de televisão. No ciclo que antecedeu a Copa da Rússia em 2018, o último com números fechados, a receita total foi de US$ 6,42 bilhões, sendo metade com direitos de transmissão (49% do total, ou US$ 3,3 bilhões). Em seguida vieram direitos de marketing, como patrocínios (29%).
A divisão do faturamento na Fifa é parecida à que já acontece nos clubes. Seja no Brasil ou na Europa, a estimativa é que metade do faturamento também está na venda dos direitos de TV dos campeonatos locais, mesmo com os avanços em receita de marketing no futebol nos últimos anos.
“A evolução das receitas da Fifa nos últimos ciclos vem crescendo de forma importante, sobretudo se voltarmos a períodos como o início dos anos 1980. O trabalho de promoção e criação desse mega evento foi muito bem-sucedido nos últimos 40 anos”, diz Sequeira.
Um destaque do relatório é a dimensão dos investimentos feitos para transmissão da Copa na América do Sul. A receita de transmissão da Fifa obtida com os sul-americanos é menor do que na Europa, mas, comparativamente ao PIB, a taxa é muito maior. O número, segundo o relatório, mostra “quais regiões dão mais importância ao futebol” em relação ao tamanho da economia.
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Futebol em todos os cantos: a estratégia da Fifa
Para além dos já conhecidos fanáticos sul-americanos, um avanço importante na audiência da Copa do Mundo vem ocorrendo em locais em que o futebol tinha menos espaço historicamente, como no Oriente Médio, palco da atual competição, e a África.
A audiência nas duas regiões teve alta de 66% em comparação entre a Copa no Brasil, em 2014, e a na Rússia, em 2018. A estimativa é que os números para a audiência no Catar sigam mostrando avanços.
Na América do Sul, onde a audiência subiu 9%, o motivo apontado é o crescimento populacional natural na região e os telespectadores especificamente do Peru, que se classificou para a competição em 2018 pela primeira vez em 36 anos. A leve queda na Europa (-2%), por sua vez, teria vindo em partes da ausência de seleções importantes, como Itália e Holanda – que voltou à disputa neste ano.
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A Copa do Mundo em expansão
Outra causa para o aumento global da audiência é o aumento no número de participantes da Copa do Mundo: eram 16 até 1978; foram 24 seleções de 1982 a 1994; o número passou a 32 entre 1998 e 2022; e será de 48 seleções a partir da próxima edição, em 2026, a primeira a ser realizada em três países ao mesmo tempo: Estados Unidos, México e Canadá.
“O que a FIFA está tentando fazer, e já fez no último ciclo, é trazer mais países — e mais países trazem mais audiência. Provavelmente, com esse projeto de aumentar a quantidade de seleções, vai aumentar mais. Esse crescimento já está um pouco contratado”, diz Sequeira.
O movimento foi criticado por parte dos observadores do futebol por possivelmente incluir times de pior qualificação na competição. Para a receita da Fifa, na outra ponta, o objetivo está claro: levar o futebol (e, sobretudo, a Copa do Mundo como um negócio) para o maior número de lugares possíveis.
Além de mais seleções, a competição disputada em países com infraestrutura pronta e de fácil acesso traz a expectativa de audiência recorde na TV e também nos estádios, com o número de visitantes superando facilmente a casa dos 1,5 milhão de torcedores esperados no Catar neste ano.
De quebra, como já ocorreu com a Copa de 1994, um novo Mundial sediado nos EUA (que terá 11 das 16 sedes do evento) deve ajudar a Fifa a ampliar sua entrada no valioso mercado norte-americano, onde o futebol tem avançado nos últimos anos, mas ainda longe de ser o esporte favorito do público.
“O futebol nos EUA tem crescido muito, e muito por causa dos latinos. Então, acredito que tem tudo para ser um sucesso de público, e em um país que tem infraestrutura”, aponta Sequeira sobre a próxima Copa.
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