29 Mar 2022 às 13:22 · Última atualização: 24 Jun 2022 · 3 min leitura
29 Mar 2022 às 13:22 · 3 min leitura
Última atualização: 24 Jun 2022
Agência Brasil
Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mostram que o Brasil teve um saldo positivo líquido de 328.507 vagas formais de emprego no mês de fevereiro. Trata-se de um crescimento acelerado em relação a janeiro, quando o saldo havia sido de cerca de 155 mil vagas.
O BTG Pactual (BPAC11) tinha projeção de 290 mil vagas.
Os dados do Caged foram divulgados nesta terça-feira (29) pelo Ministério do Trabalho. Ao todo, o país teve 2.013.143 admissões, cerca de 200 mil a mais que em janeiro, enquanto o número de desligamentos foi de 1.684.636 – cerca de 30 mil a mais que no mês anterior.
O saldo positivo no ano é de 478.862 vagas criadas no primeiro bimestre. Pelos dados do Caged, o país tem hoje 41.157.217 empregos formais.
Agropecuária abre 17.415 vagas ?
Indústria geral abre 43 mil vagas ?
Construção abre 39.453 vagas ?
Comércio abre 13.219 vagas ?
Serviços abre 215.421 vagas ?
Os dados do Caged se referem apenas a trabalhadores de setor privado com carteira assinada, a partir das movimentações das empresas que são informadas ao Ministério do Trabalho.
Assim, a conta não inclui os informais e, com isso, os resultados não são comparáveis com os números do desemprego coletados por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (PNAD Contínua). Realizada e divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a PNAD tem dados obtidos por meio de pesquisa domiciliar e abrangem também o setor informal da economia.
Em seu último levantamento divulgado, o IBGE mostrou que a taxa de desemprego no Brasil estava em 11,2% no trimestre encerrado em dezembro, mas a falta de trabalho ainda atinge 12 milhões de brasileiros.
Na análise dos especialistas do BTG Pactual (BPAC11), o dado robusto conversa com a retomada da mobilidade social e, consequentemente, a recomposição da atividade econômica, justificada pela melhora da situação sanitária no país após dois anos da pandemia de Covid-19.
Na leitura do banco de investimentos, destaque para a abertura de 215 mil vagas no setor de Serviços, 43,0 mil na Indústria Geral e 39,4 mil no setor de Construção.
O ritmo de geração de empregos, no entanto, não deve se manter nesse grau de aceleração de fevereiro, na visão dos analistas. “Nos próximos meses observaremos uma normalização da criação das novas vagas, seguindo a normalização da atividade econômica. Além disso, a taxa Selic em patamares ainda mais contracionistas deve prejudicar a realização de novos investimentos e, consequentemente, impactar a criação de novos postos. Entendemos que Construção deve ser um dos segmentos mais impactados pela taxa Selic em patamar elevado”, afirma o banco.
Esse índice, porém, pode ser compensado por uma retomada em outros subgrupos, “principalmente pelas menores restrições de mobilidade social e pela necessidade de recomposição de estoques na indústria de transformação. Além disso, entendemos que as medidas de estímulo econômico realizadas pelo governo federal (linha de crédito direcionada, liberação do FGTS, redução do IPI etc.) podem servir como um vetor positivo para a criação de novos postos.”