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BTG Pactual (BPAC11) faz recomendação neutra para ações da Ambev (ABEV3)

BTG Pactual (BPAC11) faz recomendação neutra para ações da Ambev (ABEV3)

Banco analisou impacto de uma possível reforma tributária sobre dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) distribuídos pela empresa.

O banco BTG PActual (BPAC11) divulgou nesta quarta-feira (14) relatório sobre a Ambev (ABEV3) com recomendação neutra para as ações da companhia, a partir de análise sobre as possibilidades de tramitação de uma reforma tributária a partir de 2023 e o impacto sobre uma possível oneração sobre os dividendos ou os juros sobre capital próprio (JCP).

A modificação do sistema tributário brasileiro é uma das promessas de campanha do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nesta terça-feira, o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou o economista Bernard Appy como secretário especial para a reforma tributária.

Os analistas do BTG consideram que Lula e sua equipe vão propor “tributar os dividendos e acabar com a isenção fiscal gerada pelo pagamento de juros sobre capital próprio (JCP)” como possibilidade de aumentar a arrecadação e permitir desonerações sobre outros setores, como o reajuste na tabela do Imposto de Renda de Pessoa Física – na campanha, o presidente eleito disse que pretendia isentar os contribuintes com renda até R$ 5.000.

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Como a tributação sobre JCP afetaria a Ambev (ABEV3)

“Em nossa cobertura, a Ambev se destaca como a empresa que poderá sofrer um dos maiores impactos nos resultados e no retorno aos acionistas caso tal medida seja aprovada”, diz o relatório. Segundo os analistas, a empresa precisaria encontrar maneiras de compensar os impactos negativos nos resultados ajustando sua estrutura de capital.

Segundo estimativas do banco, desde 2014 a Ambev economizou em média R$ 2 bilhões/ano em impostos de renda devido à maior distribuição de JCP. Isso é superior à média de R$ 486 milhões/ano dos cinco anos anteriores e foi possibilitado pela unificação das classes de ações e o correspondente aumento da base de capital da Ambev (que é usada para calcular a distribuição máxima de JCP).

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“Nos últimos três anos, o benefício fiscal aumentou para uma média de R$ 2,4 bilhões/ano, e estimamos uma economia de R$ 3,4 bilhões neste ano (25% do lucro de 2022E). Supondo que a estrutura atual permaneça, estimamos que a Ambev poderia continuar economizando R$ 3 bilhões/ano em imposto de renda, desde que continue a pagar aproximadamente 100% dos lucros/fluxos de caixa daqui para frente. Isso representa um fluxo de pagamentos com VPL de R$ 41,7 bilhões, ou cerca de 17% do valor de mercado da Ambev”, explicam os analistas.

Números e estimativas da Ambev (ABEV3) presentes no relatório BTG

Alternativas para mitigar eventuais mudanças

Desde o acordo AB-Inbev em 2008, a Ambev adotou um balanço muito mais leve. O principal argumento para defender a estrutura de capital da empresa desde 2013 é que a Ambev vem registrando uma alíquota efetiva de imposto de renda bastante baixa, e grande parte disso pode ser atribuída a incentivos fiscais relacionados à JCP.

Portanto, o término do benefício fiscal justificaria naturalmente um reajuste da estrutura de capital da Ambev após um aumento em sua alíquota efetiva de 2,5% estimado em 2023E para 27%. Assim, a Ambev poderia argumentar que agora precisa de mais dívidas para otimizar sua estrutura de capital”, diz o relatório.

Como a Ambev tem poucas alternativas de uso para sua enorme geração de fluxo de caixa (os negócios de M&A têm sido escassos – a menos que ela estivesse disposta comprar ativos da ABI diretamente, por exemplo), analistas enxergam que a melhor maneira seria pagar dividendos extraordinários (possivelmente antes que um projeto de lei de impostos sobre dividendos seja implementado) ou recomprar ações agressivamente.

“ Em teoria, a Ambev poderia compensar significativamente a perda de VPL de seus acionistas de R$ 42 bilhões, dando-lhes o equivalente em dividendos (~R$ 30 bilhões de lucros retidos e reservas, e o restante por meio de uma redução de capital) enquanto ainda mantém um índice de alavancagem confortável de 1,1x EBITDA para 2022”, continua a análise.

Dúvidas sobre a postura da controladora e recomendação neutra

A grande questão para esse movimento é se a controladora ABI permitiria isso em um momento em que o foco está em reduzir sua própria alavancagem, inclusive cortando seus dividendos alguns anos atrás. “Como a ABI consolida o balanço patrimonial da Ambev, uma decisão da Ambev de pagar grandes dividendos extraordinários (38% dos quais seriam recebidos por minoritários) poderia indiscutivelmente ir contra as ambições de desalavancagem da ABI. A ABI reportou uma dívida líquida de US$ 76 bilhões no 1SEM22, enquanto o consenso de mercado estima um EBITDA de US$ 21 bilhões em 2022”, diz o texto.

O banco vê a tributação do JCP como um dos principais consensos entre os formuladores de políticas tributárias brasileiras, com boas chances de que as mudanças possam entrar em vigor já em 2023, com validade a partir de 2024. “Outros itens, como tributação de dividendos, também podem ser considerados e também seriam negativos para os acionistas da Ambev, muitos dos quais acreditamos que vejam a ação como um investimento bond-proxy”, diz o texto.

“Embora o melhor momento de resultados da Ambev este ano, juntamente com as perspectivas promissoras de expansão da margem em 2023/2024 tenham sustentado o preço das ações em tempos voláteis, o valuation tem sido um empecilho para um desempenho mais forte das ações da Ambev, em nossa opinião. Acreditamos que pode continuar daqui para frente. Permanecemos neutros”, conclui o texto.

Nesta quarta-feira, as ações da Ambev (ABV3) eram negociadas com baixa aproximada de 3%, no patamar de R$ 14,85, Ao longo do ano, a empresa tem experimentado muita volatilidade, com os preços oscilando entre R$ 13 e R$ 16.

Cotações de Ambev (ABEV3) - Fonte: Google
Cotações de Ambev (ABEV3) – Fonte: Google

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