Para discutir quais setores vão se destacar em 2023 na renda variável, a Money Week recebeu os gestores Andre Caldas, sócio e gestor da Clave Capital, e João Luiz Braga, sócio e analista da Encore Asset. O painel foi mediado por Luiz Cesta, analista da Monett.
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Cenário interno otimista
No Brasil, foi recém-eleito para assumir a presidência em 2023 Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, um partido de esquerda. No entanto, a expectativa é que ele faça um governo mais ao centro, dadas as alianças firmadas ao longo da campanha eleitoral, a nova composição do Congresso, mais à direita, e o Banco Central independente. No campo econômico, é aguardado um início de queda de juros a partir de junho, apesar de o fiscal seguir preocupando.
Já no cenário internacional, as projeções apontam a continuidade da escalada de juros, uma provável recessão e a guerra prolongada entre Rússia e Ucrânia.
Neste contexto, os dois gestores convidados pela Money Week se dizem otimistas com o desempenho aguardado para a renda variável brasileira daqui para a frente.
“Eu estou bastante otimista e vou dizer: o presidente recém-eleito é um cara sortudo. Novamente, ele vai pegar um ciclo bom. A gente vem de um ciclo muito ruim e o Lula vai pegar 5 pontos porcentuais de corte de juros no mínimo, momento de commodities bom com China e uma situação em que o grande problema do mundo é energia e a energia no Brasil é barata”, diz Braga.
E complementa: “O cenário geopolítico é complicado, mas tendo a achar que será bom para o Brasil. Porque os países não vão mais poder confiar uns nos outros e vão ter que duplicar sua cadeia de suprimentos. E quem vai prover as commodities? O Brasil. Nós somos o ‘isentão’, o neutro da história. Acho que estamos em um ciclo realmente muito bom”.
Para ele, neste contexto, não é preciso “fazer loucura” com os investimentos.
“Nossa carteira não é agressiva, não preciso ir para uma Magalu (MGLU3), porque tenho opções melhores muito baratas, no setor energético principalmente. É com uma carteira defensiva que a gente quer surfar esse começo de ciclo”, diz.
Caldas concorda. “A gente começou um ciclo de aperto antes dos demais países e isso vai ser muito relevante. A bolsa já reagiu quando o Copom sinalizou uma parada dos juros. A inflação já está controlada, a demanda doméstica tem espaço para estímulos, e estamos com valuation razoavelmente atrativo em vários setores”, resume.
“A situação global é desafiadora e, se aversão a risco for grande, vai nos afetar. Mas temos vantagens competitivas, com custo de energia e produção, parte agro bastante defensiva, estamos bem posicionados para atravessar essa turbulência”, conclui.
Os melhores setores e ações
O momento atual é propício para os investidores irem para a bolsa, aponta Braga. “Eu pergunto: ‘se você pudesse volta no tempo e comprar ações no começo da pandemia, você compraria?’. E todo mundo responde que sim. Agora é a mesma coisa, é oportunidade”, afirma.
“As pessoas falam ‘ah, mas por que eu vou para a bolsa, se a NTN-B está pagando 5,5% de juro real? A resposta é fácil: porque vai render muito mais! Na média, nosso rendimento é IPCA+12%, IPCA+15%”, diz.
Para ele, há excelentes oportunidades no setor elétrico, no varejo e nas petrolíferas.
“Gostamos de Petz (PETZ3), Vivara (VIVA3), Assaí (ASAI3), que são do varejo defensivo. Mercado Livre é nosso atacante, junto com Petz também. E gostamos muito do segmento do petróleo, com PetroRio (PRIO3), 3R (RRRP3) e Tenaris. O petróleo tem a ver com o cenário geopolítico que falei. E teve subinvestimento por muitos anos, oferta e demanda desequilibradas. A gente acredita que os investimentos vão crescer”.
Caldas também diz ter preferência pelo setor elétrico e vê a queda de juros já contratada beneficiando o mercado doméstico, até mesmo os bancos. Ele cita como boas opções do momento Vivara (VIVA3), Assaí (ASAI3), Itaú (ITUB4) e Renner (LREN3).
“A pandemia impulsionou o e-commerce e, agora, eles vão emagrecendo. Os líderes de mercado ficaram hibernando, mas vão se recuperar como mola”, exemplifica.
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