A oposição democrata teve uma larga vitória nas eleições em Hong Kong, neste domingo, 26 de novembro. As eleições municipais, que determinam a formação de conselho distrital, eram vistas como um referendo sobre os protestos que acontecem há cinco meses no território.
A condução do governo autônomo de Carrie Lam acabou sendo julgado implacavelmente nas urnas. Foi uma vitória esmagadora da oposição democrata e uma derrota amarga para o bloco pró-China. Foram ao menos 387 assentos distritais para os democratas, dos 452 em disputa. O resultado representa um respaldo aos protestos que tomam as ruas locais desde julho.
O descontentamento com o governo de Lam fez um número recorde de pessoas comparecer à urnas. Quase três milhões de eleitores deram seu voto, ou 71,2% do eleitorado, 13 pontos percentuais a mais do que o recorde anterior, para as eleições legislativas de 2016.
Democratas quase unânimes
Todo o território autônomo — com exceção das remotas Ilhas Exteriores, onde 8 das 10 cadeiras se destinam aos líderes de populações rurais, que apoiam o bloco conservador — se inclinou por dar um histórico voto de castigo a Lam e aos partidos que o apoiam. Agora, dos 18 distritos de Hong Kong, 17 serão controlados pelos vencedores das eleições, muitos deles nomes muito jovens, que emergiram como lideranças dos protestos e estão habitando o ambiente político pela primeira vez.
Essas eleições foram simbólicas. Eleições municipais normalmente passam quase despercebidas, inclusive para sua própria população: edições prévias não conseguiam mobilizar mais de 47% do eleitorado. Mas, como o mundo vê há cinco meses, este pleito não está sob circunstâncias normais. Foram cinco meses de protestos em massa anti-governo, com muita repressão policial e mais de 5.500 pessoas detidas. A economia respondeu com uma recessão e a popularidade do governo Lam despencou. Melhor para a oposição.
A própria Lam admitiu a derrota: “há várias análises e interpretações entre a comunidade sobre os resultados, e muitos acham que os resultados refletem a insatisfação com a situação atual e os problemas muito arraigados na sociedade. O governo de Hong Kong vai ouvir as opiniões dos membros do público com humildade e refletirá seriamente”.
O pleito
As eleições municipais são as mais democráticas no sistema local. São as únicas nas quais se aplica o sistema de sufrágio universal puro, algo que os manifestantes reclamam também para a eleição do chefe de governo. Até o momento, a nomeação deste cargo está nas mãos de um comitê de 1.200 notáveis, uma eleição indireta.
Apesar dos boatos de suspensão da eleição, o domingo correu sem transtornos ou violência.
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