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Money Week: economista Gabriela Mendes Chaves usa rap do Racionais Mc’s para falar de emponderamento financeiro

Money Week: economista Gabriela Mendes Chaves usa rap do Racionais Mc’s para falar de emponderamento financeiro

Gabriela Mendes Chaves, da NoFront, conta na Money Week como usa o rap do Racionais Mc’s para falar de emponderamento financeiro

Gabriela Mendes Chaves é fundadora do NoFront,  educadora e economista voltada ao emponderamento financeiro. Ela usa a música dos Racionais MC’s para pedagogicamente ensinar pessoas de baixa renda como lidar com o dinheiro, consumo e investimento.

A inovação e a reflexão mostradas pela economista estão nessa intrigante e emocionante entrevista que foi ao ar no terceiro dia da Money Week, semana de discussões sobre o mercado financeiro e o ambiente econômico organizada pela Transformação Digital e pela EuQueroInvestir!. O evento acontece de 25 a 29 de novembro e todo o conteúdo está disponível neste link, gratuitamente.

Choque de realidade e conhecimento

“Quando eu entrei no mercado financeiro, fiquei muito impressionada com o volume de dinheiro”, conta Gabriela. “É uma realidade totalmente diferente de onde vim. As pessoas à minha volta acumulavam dívidas. Quando entrei na faculdade percebi que o conhecimento de economia era muito potente para além do mercado financeiro. É um conhecimento que as pessoas podem aplicar no dia a dia e que traz um benefício de saúde mental, de bem-estar e qualidade de vida imensurável. Esse conhecimento não chega às periferias, fica restrito a uma parcela da população e a importância da gente democratizar”.

“Em 2018, eu me pus a pensar em como desenvolver uma metodologia pedagógica que fizesse as pessoas entenderem que economia não é somente sobre números”, ela continua. “É também sobre números, mas tem um momento de a gente pensar na conjuntura econômica, entender quais são os processos históricos que nos trouxeram a essa conformação de hoje”.

O problema da falta de educação financeira acomete a maioria dos brasileiros, inclusive da classe média, que não tem ideia de como investir e como acessar esse mundo. “Eu acessei soluções de investimento a partir de um real, de dez reais. Comecei a ver como era fácil, mas esse conhecimento não era transmitido para as pessoas. Eu pensei numa linguagem que de fato acessasse a realidade das pessoas negras e periféricas”, ela conta.

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Racionais e o rap

“Eu sou uma grande fã dos Racionais, então foi um movimento muito natural. As pessoas me perguntam como fui da economia para o rap e eu digo que não é esse o movimento, é ao contrário, é do rap para a economia”, diz.

Gabriela, vale ressaltar, é economista, não é artista como Mano Brown: “Eu não rimo, eu não sou rapper. A proposta é que a gente trabalhe em cima das músicas para acessar uma elaboração sobre a relação do sujeito negro e periférico com a economia. A gente entende que o Racionais parte de um diagnóstico muito assertivo da sociedade brasileira e da psicologia desse sujeito negro que cresceu em meio a um monte de desigualdade”.

De fato, o Racionais é um nome de grande alcance popular em todas as camadas sociais. “A gente está falando de uma voz que. por mais que a pessoa não goste de rap, não ouça rap, conseguiu ter uma relevância nacional que até quem não é fã de rap conhece a obra deles”, ela lembra. “É por meio dessa consciência do Racionais que a gente problematiza a atenção que a gente tem dado com relação aos recursos”.

O negro e o consumo

As relações do negro com o consumo têm a ver com “as memórias de dor”, segundo Gabriela. “Eu parto de um diagnóstico que é pensar quantas famílias negras que você conhece que conseguem transferir patrimônio por mais de três gerações? Gerar patrimônio, manter e transferir para as gerações seguintes. O quanto esse patrimônio adquirido consegue se perpetuar ao longo do tempo”, ela questiona.

Além disso, tem as simbologias de consumo: o tênis, a roupa, objetos de desejo que estão nas músicas, nos versos, que as crianças e os jovens tomam para si como forma de se verem incluídos.

Como diz o próprio Racionais, “quem não sabe lidar com os centavos, nunca vai aprender a administrar os milhões”.

É preciso, pois, democratizar esse conhecimento e esse acesso ao conhecimento. A entrevista de Gabriela é rica o suficiente para a discussão dessas e de muitas outras questões.

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