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Os investidores do mercado de ações estão subestimando as chances de recessão em 2020?

Os investidores do mercado de ações estão subestimando as chances de recessão em 2020?

Especialistas prevem uma possível recessão econômica em 2020 nos Estados Unidos, devido a fatores como a Guerra Comercial e o rendimento do Tesouro amerc…

Pouco tempo atrás, a maior potência econômica mundial estava em uma situação completamente desagradável. Dessa forma, as estimativas de lucros corporativos estavam em declínio, os investimentos em negócios ficavam cada vez menores e o Tesouro estava com uma curva de rendimentos invertida. Diante desse cenário complexo e assustador, o ponto de maior negatividade para uma possível recessão econômica ainda estava por vir.

Contextualização

Atualmente, os Estados Unidos estão passando por uma situação econômica um pouco delicada, tão delicada que há grandes riscos de uma recessão econômica em 2020, por incrível que pareça.

Desse modo, os maiores problemas se concentram na Guerra Comercial contra a China, nos rendimentos negativos do Tesouro americano, em preocupações dos investidores com o crescimento econômico futuro, na desaceleração da produção e dos gastos com manufatura.

Nessa perspectiva, no dia 1 de outubro deste ano, o ISM realizou uma pesquisa com fabricantes do país.

Dessa forma, o estudo revelou que, em setembro, o setor demonstrou uma contração em um ritmo ainda mais acelerado do que durante a recessão econômica de 2008.

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Ademais, o setor de serviços também vem sofrendo uma desaceleração de maneira rápida, o que é preocupante.

Não obstante, ainda no começo de outubro, houve uma recuperação surpreendente.

Assim, ações como a política monetária fácil do Federal Reserve, os ganhos corporativos acima do esperado no terceiro trimestre dão um olhar otimista para alguns investidores.

Em soma, muitos creem que os dados econômicos globais chegaram ao “fundo do poço” e, portanto, deve se recuperar.

Nesse sentido, essa crença baseia-se, basicamente, em uma parábola invertida, no momento estaríamos no ponto mais baixo, prestes a subir.

De modo simplório, seria como na imagem. Assim, começamos em um ponto alto de bons resultados econômicos. Em seguida, o mercado foi desacelerando e sofrendo os impactos da Guerra Comercial, até que chegamos ao vértice, o ponto mais baixo.  Logo, por estarmos no ponto mais baixo, o chamado “fundo do poço”, a tendência é de que o mercado volte a se recuperar, se acelere e cresça novamente.

Contudo, os analistas ressaltam que talvez o mercado esteja se adiantando, bem como ignorando os sinais que ainda persistem de uma recessão ainda no próximo ano. Com isso, a curva não teria esse movimento de subida.

O atual cenário econômico dos Estados Unidos

A diretora de investimentos da Morgan Stanley Wealth Management, Lisa Shalett, disse que “a desconexão entre os dados econômicos e o que é descontado no S&P 500 continua a crescer”.

Nessa lógica, desde o dia primeiro de outubro, o índice S&P 500 SPX, +0,42% aumentou em 6,6%, o Dow Jones Industrial Average DJIA, +,015% aumentou 5,6% e o índice Nasdaq Composite COMP, +0,66% avançou 9,3%.

Consequentemente, Shalett aponta para uma contração na produção industrial dos EUA em outubro, uma leitura decepcionante da pesquisa de manufatura regional do Fed de Nova York.

Além disso, a estimativa de Morgan Stanley de que a atividade de manufatura no Institute for Supply Management (ISM), em novembro, revela um crescimento negativo adicional, o que gera ainda mais preocupações.

“Os touros descartam a recessão da manufatura como se fossem notícias antigas que não tem mais importância”, diz Shalett, referindo-se a um dos sinais de recessão ignorados.

“No entanto, acreditamos que eles estão ignorando o fato de que além dos dados estarem se deteriorando, o lado negativo ganha cada vez mais destaque —  uma combinação que historicamente o mercado rejeita”, completa a diretora.

Em acréscimo, ela lembra que os dados do Citi US caíram abaixo de zero na segunda quinzena de novembro, indicando que os dados econômicos têm surpreendido em grande parte o lado negativo.

Por outro lado, a alta de preços pode se consolar na pesquisa de saúde de fabricação de Markit, que surpreendeu em novembro e mostrou o setor crescendo, de acordo com Tom Essay, presidente do Sevens Report, em nota de segunda-feira.

Agravantes da possível recessão econômica de 2020

Todavia, Essay também apontou os dados potencialmente preocupantes da semana passada: pela primeira vez, os pedidos de benefícios de desemprego permaneceram no máximo de 5 meses na semana encerrada em 16 de novembro.

“Considerando que os temores da recessão se baseiam em uma desaceleração nos gastos com manufatura e negócios que afetam o mercado de trabalho e, finalmente, o consumidor, é notável que as reivindicações estejam aumentando”, alertou.

Enquanto isso, Essay também acrescentou que a curva de juros, ou o spread entre os rendimentos de títulos do governo de diferentes maturidades, continua achatada, um sinal de que os investidores de renda fixa estão potencialmente preocupados com o crescimento econômico futuro.

“Desde semana passada, a tendência de alta de vários meses da curva de juros foi quebrada e começou a comprimir, de forma relativamente rápida, devido aos desenvolvimentos da Guerra Comercial”, escreveu ele.

Além disso, acrescentou que a diferença entre o rendimento da nota do Tesouro dos EUA de 10 anos TMUBMUSD10Y, + 0,19% e a nota de 2 anos do Tesouro dos EUA TMUBMUSD02Y, +0,03% caiu para um mínimo de 6 semanas.

“Olhando para o futuro, o fato de a linha de tendência ter quebrado não é uma mudança de jogo em baixa por si só, mas é um alerta considerável”

As chances de recessão

Jeffrey Schulze, coloca as chances de recessão em 2020 em 50%, baseando-se na inversão da curva de juros no início deste ano e na forte desaceleração da produção.

O “painel de risco de recessão” de sua empresa agora está piscando em amarelo — indicando um risco maior de recessão.

Ele disse que, apesar dos riscos crescentes, a decisão do Fed de cortar as taxas de juros três vezes neste ano pode fornecer motivos de otimismo.

“Houve três casos em que o painel ficou amarelo, mas o crescimento econômico se acelerou e voltou ao verde: 1995, 1998 e 2016”, disse ele.

“Acreditamos que todos os 3 foram uma recessão, mas o Fed reconheceu a fraqueza e a liquidez fornecida à economia e se acelerou a partir daí”, completou.

Além disso, Schulze prevê que, se a economia dos EUA entrar em recessão no próximo ano, não será grave.

“As duas últimas recessões foram causadas por uma bolha imobiliária histórica e uma das maiores bolhas do mercado de ações da história”, disse ele, acrescentando que isso fez com que os investidores pensassem nas recessões como resultados severos que necessariamente levarão a mercados em baixa de vários anos.

Uma comparação seria a recessão de 1990-1991, que levou a um declínio de apenas 0,02% do PIB em termos nominais, contra o declínio de 3,3% após a Grande Crise Financeira.

Uma recessão econômica dessa magnitude pode não ser muito preocupante para os investidores que compram e retêm, pois leva a um declínio de mercado de aproximadamente 20% entre julho de 1990 e outubro de 1990, perdas que foram recuperadas em fevereiro de 1991.

Referência e fonte

Este texto é uma tradução com algumas simplificações para facilitar o entendimento do artigo de Chris Matthews no MarketWatch, clique aqui para ler o artigo original em inglês.