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Ex-Secretário de Estado americano afirma que conflito comercial com a China pode se agravar

Ex-Secretário de Estado americano afirma que conflito comercial com a China pode se agravar

Ex-Secretário de Estado americano afirma que conflito comercial com a China pode se agravar e se tornar “uma guerra” – “pode ser perigoso para a huminadade”

Henry Kissinger, secretário de Estado norte-americano durante os governos Richard Nixon (1973–1974) e Gerald Ford (1974–1977), afirmou nesta quinta-feira (22), que se Estados Unidos e China não resolverem o atual conflito comercial podem enfrentar “uma guerra”.

A avaliação de Kissinger tem peso, porque o Secretário de Estado é equivalente ao cargo de Ministro das Relações Exteriores, no Brasil. O ex-Secretário, hoje com 96 anos, teve papel importante no cessar-fogo da Guerra do Vietnã (1955-1975), papel que lhe valeu o Prêmio Nobel da Paz.

Segunda ele, “se o conflito puder ser desenvolvido sem restrições, o resultado poderá ser ainda pior do que na Europa”, disse, durante um fórum sobre “A Nova Economia”, em Pequim, promovido pela agência de notícias financeiras Bloomberg. “A Primeira Guerra Mundial estourou devido a uma crise relativamente pequena… e hoje as armas são mais poderosas”, acrescentou.

Tensões

Kissinger ainda avaliou que as tensões entre as duas maiores potências economias mundiais não são apenas econômicas, mas também diplomáticas. Pequim critica as operações navais dos Estados Unidos no Mar da China Meridional, enquanto Washington denuncia prisões em massa da etnia uigur ou apóia manifestantes da pró-democracia em Hong Kong, um dos maiores problemas chineses da atualidade.

“A China é um país econômico importante. E nós também somos”, disse Kissinger. “Por isso somos obrigados a ficar pisando no pé um do outro em todo o mundo”, explicou.

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Os problemas entre Estados Unidos e China impactam positivamente ou negativamente nos demais países, inclusive no Brasil, que enxerga muitas oportunidades nesse conflito comercial.

Henry Kissinger e a China

Kissinger foi responsável por retomar as relações com a China comunista, durante o governo Richard Nixon, em 1971. A partir daí, ele se tornou um dos diplomatas com melhor trânsito no país asiático. Em novembro de 2018, se encontrou com o presidente Xi Jinping, em Pequim. Kissinger ainda tem o respeito das principais autoridades chinesas.

“Se os dois lados continuarem vendo todas as questões do mundo em termos de conflito entre si, isso pode ser perigoso para a humanidade”, declarou em sua palestra. Kissinger acredita que as negociações comerciais são apenas “um substituto” para conversas sobre conflitos entre os dois países. Por outro lado, pouca gente realmente acredita em um conflito bélico entre as duas potências.

Quando indagado se a agitação em Hong Kong pode ser o ponto de partida para uma nova Guerra Fria, Kissinger disse esperar que essa questão “altamente emocional seja resolvida por negociações”.

Visão compartilhada

Ainda dentro do fórum da Bloomberg, o ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos (no governo George W. Bush), Henry Paulson, disse acreditar que Washington e Pequim “agora estão indo exatamente na direção errada”, em comunhão com o pensamento de Kissinger.

Ele alertou sobre as crescentes barreiras aos vistos e à movimentação de pessoas, restrições ao comércio e à tecnologia, e que as tensões econômicas em curso “deixarão nossos países e o mundo inteiro em uma situação pior”.

“Quando a próxima crise chegar, e vai chegar porque as crises financeiras sempre acontecem, lamentaremos muito o tempo perdido se as duas maiores economias do mundo não encontrarem mecanismos para cooperar”, refletiu Paulson.

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