A relação entre Brasil e Argentina de agora em diante será “pragmática”. Quem afirmou isso foi o presidente Jair Bolsonaro, que participou da 1ª Feira de Sustentabilidade do Polo Industrial de Manaus nesta quarta-feira (27), na capital amazonense.
A vitória do partido de esquerda no país vizinho, que colocou Alberto Fernández no poder e Cristina Kirchner como sua vice, não agradou ao presidente brasileiro, que não faz questão de esconder sua posição desde que declarou apoio a Maurício Macri, derrotado nas urnas.
“Nosso relacionamento com a Argentina vai ser pragmático sim, temos bom relacionamento comercial, no que depender de mim continuará”, sintetizou Bolsonaro, em contato rápido com os jornalistas que foram ao local.
Bolsonaro espera que os acordos firmados com o governo argentino no âmbito do Mercosul, como o de livre comércio com a União Europeia, sejam mantidos pelo novo presidente.
Amazônia
Um dos assuntos abordados por Bolsonaro na feira de sustentabilidade foi a crise na Amazônia. Para o presidente brasileiro, a cobiça dos países estrangeiros às riquezas da região é um dos maiores problemas a serem enfrentados.
“Estamos aqui no pedaço de terra mais rico do mundo em minerais, biodiversidade, água potável, grandes áreas e a cobiça existe sobre essa região e nós devemos nos preocupar com isso”, disse. “E a Zona Franca de Manaus veio exatamente para mostrar que a Amazônia é nossa, para integrá-la ao resto do nosso País”.
O presidente voltou a afirmar que pretende abrir as áreas indígenas para a produção agrícola e exploração mineral e que governo prepara um projeto para legalizar o garimpo no País, inclusive em terras indígenas.
O Artigo 231 da Constituição Federal condiciona atividades minerais no território indígena à prévia autorização do Congresso Nacional e à concordância da população indígena que vive no território, que tem “usufruto exclusivo” das riquezas do solo, rios e lagos.
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