A mais recente pesquisa Quaest revelou um movimento importante no eleitorado brasileiro: após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, 76% dos entrevistados afirmam que ele deve desistir de disputar as eleições de 2026. Nesse contexto, Tarcísio é favorito para assumir o papel de principal candidato da direita.
O levantamento, realizado entre 12 e 14 de setembro com 2.004 entrevistas presenciais, mostra um crescimento expressivo dessa percepção. Em agosto, 65% dos eleitores já defendiam que Bolsonaro deveria abrir mão da candidatura; agora, esse número avançou 11 pontos. Entre os que ainda sustentam a ideia de que o ex-presidente deve concorrer, o índice caiu para 19%.
Tarcísio de Freitas aparece como principal nome
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), desponta como a principal alternativa entre os nomes testados pela pesquisa. Citado por 15% dos entrevistados como o preferido para ser apoiado por Bolsonaro, Tarcísio é favorito diante de outros nomes que figuram na lista, como Ratinho Júnior (9%), Michelle Bolsonaro (5%) e Ronaldo Caiado (3%).
Esse crescimento é consistente. Em agosto, o governador aparecia com 10% das menções. Agora, avançou cinco pontos e consolidou-se como o nome mais competitivo da direita. Entre os eleitores identificados como bolsonaristas, Tarcísio alcança 23%. Entre os de direita não-bolsonarista, chega a 34%.
Apoio bolsonarista dividido, mas tendência é de substituição
Embora parte do eleitorado bolsonarista ainda prefira que Bolsonaro seja candidato — 52% dos que se identificam com esse grupo —, cresce a adesão à ideia de substituição. Em agosto, 31% desse público defendiam que Bolsonaro desistisse; em setembro, esse número saltou para 46%.
Esse dado reforça a tendência de transição. O ex-presidente ainda mantém força simbólica, mas a realidade jurídica e política limita suas chances. Nesse cenário, Tarcísio é favorito justamente por representar continuidade de valores defendidos por Bolsonaro, mas com menos rejeição e maior viabilidade eleitoral.
O que dizem os números gerais da pesquisa?
Além de medir a força de Bolsonaro e seus possíveis substitutos, a pesquisa Quaest mostrou que a rejeição à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva também permanece estável: 59% dos entrevistados afirmam que o atual presidente não deveria disputar a reeleição em 2026.
No entanto, Lula segue liderando os cenários testados de primeiro e segundo turno. Ainda assim, a movimentação no campo da direita se destaca, já que o espaço deixado pela provável inelegibilidade de Bolsonaro coloca Tarcísio de Freitas como favorito para ocupar o posto e reorganizar a disputa eleitoral.
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