Durante o quadriênio de 2019 a 2022, as áreas dominadas pelo agronegócio brasileiro tiveram um crescimento médio de 29,4%. Para o jornal Valor Econômico, o economista Bráulio Borges, da LCA Consultores, calculou que neste mesmo período o restante do país cresceu apenas 3,8%.
O agro tem um peso de 8% do PIB brasileiro, mas esse percentual pode chegar ao patamar de 28% ao incluir os serviços e toda cadeia de produção.
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Para entender a importância do agro para a economia do Brasil, em quatro anos, o PIB agropecuário foi de R$ 2,08 trilhões. Este valor representa 23,90% do PIB brasileiro em 2021, que foi de R$ 8,7 trilhões.
Os últimos anos foram desafiadores para a economia brasileira, em que o país passou por algumas recessões, pandemia e ainda sofreu com as consequências da Guerra na Ucrânia. Contudo, a prosperidade do agro destoa da realidade do Brasil.
“Vale notar que esse salto fenomenal da renda agropecuária real em 2019-22 não se deveu por volume, mas sim por causa de preços relativos muito mais favoráveis, refletindo a forte alta das commodities agrícolas em dólares, assim como o real frente ao dólar excessivamente depreciado desde meados de 2020”, disse Borges para o jornalão.
O economista explica que a alta dos últimos quatro anos foi gerada por dois fatores:
- elevação dos preços das commodities;
- real desvalorizado.
Em maio de 2019, a cotação da soja no mercado futuro de Nova Iorque era de US$ 794,62. Em junho de 2022, auge do preço da commodity, o valor negociado era de US$ 1.783,31. Durante este intervalo, a valorização foi de 124,42%. Atualmente, a soja está sendo vendida a US$ 1.481,50, com uma alta de 76,27%.
Sobre a desvalorização do real em relação ao dólar, a moeda norte-americana valorizou 45,32% em comparação com a brasileira. Em janeiro de 2019, US$ 1,00 era equivalente a R$ 3,64. Nesta sexta-feira (14), o dólar está cotado a R$ 5,29.
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O Brasil do agro é um outro país
O Brasil do agro trata-se de um outro país, provoca Borges na reportagem do Valor Econômico, ao citar que os fazendeiros estão fazendo fila para comprar caminhonetes de R$ 500 mil.
“Um Texas brasileiro, mais conservador e com essa pujança do agronegócio. Começa no norte do Rio Grande do Sul, passa por Santa Catarina, pelo Centro-Oeste, pela nova fronteira no Nordeste. É a região que mais se apropriou desse ganho de renda e onde houve votação muito mais expressiva no governo atual”, diz o economista da LCA.
Sergio Vale, da consultoria MB Associados, corrobora com a opinião de Borges de que os componentes históricos e conjunturais formam a tempestade perfeita para o desempenho do agronegócio brasileiro.
“Se pegarmos o crescimento dos Estados brasileiros ao longo das últimas quatro décadas, os que mais cresceram foram aqueles onde o agro tem maior peso”, afirmou Vale para o Valor.
“Duas razões principais ajudam a explicar isso. Uma é que o agronegócio acabou se integrando mais com o resto do mundo [do que outros setores, como a indústria brasileira]. A outra é o preço, que levou os Estados produtores a terem maior crescimento da massa de renda”, complementa.
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O Boletim Focus, do Banco Central (BC ou Bacen), prevê um crescimento do PIB do Brasil de 2,70%. Em setembro, a EQI Asset revisou para cima a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022, de 2,2% estimados anteriormente, para 2,5%.
Por outro lado, a MB Associados projeta que os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, símbolos do agro brasileiro, devem crescer acima de 5% neste ano. Além deles, outras regiões com forte presença do agronegócio, como o Centro-Oeste, o Norte e o Nordeste, devem crescer acima da média nacional.
Vale classifica o Brasil em três grandes categorias:
- as regiões Sul e Sudeste, que se desenvolveram e, agora, estão mais estagnadas;
- o Centro-Oeste e a nova fronteira agrícola;
- o Nordeste, que pode se tornar em breve um pólo de produção importante com a sua proximidade com os Estados Unidos e União Europeia (UE).
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