Os principais bancos americanos apresentaram resultados robustos no segundo trimestre de 2025 (2TRI25), superando as expectativas de Wall Street em meio a um ambiente de juros elevados e incertezas econômicas.
Os balanços de JP Morgan (JPM; $JPMC34), Wells Fargo (WFC; $WFCO34), Citigroup (C; $CTGP34) e da gestora de ativos BlackRock (BLK; $BLAK34) revelaram um setor ainda resiliente, apesar de sinais de desaceleração e riscos à frente.
JP Morgan tem lucro acima do esperado, mas vê queda anual
O JP Morgan registrou lucro líquido de US$ 14,99 bilhões no segundo trimestre, uma queda de 17% em relação ao mesmo período de 2024. O lucro por ação ficou em US$ 5,24, acima da estimativa de US$ 4,48, segundo dados da FactSet.
A receita totalizou US$ 44,91 bilhões, recuo de 11% na comparação anual, mas também superando o consenso de mercado, que previa US$ 43,81 bilhões. A provisão para perdas com crédito foi reduzida a US$ 2,85 bilhões, ante US$ 3,05 bilhões um ano antes.
Jamie Dimon, CEO do banco, destacou que a economia americana manteve sua resiliência, mas ponderou sobre os riscos no cenário atual.
“Tarifas e incertezas comerciais, tensões geopolíticas, déficits fiscais e preços de ativos elevados permanecem como ameaças relevantes”, disse.
Wells Fargo volta a crescer após anos sob restrição
O Wells Fargo reportou lucro líquido de US$ 5,49 bilhões no trimestre, avanço de 12% sobre os US$ 4,91 bilhões do ano anterior. O lucro por ação foi de US$ 1,60, superando os US$ 1,41 esperados pelos analistas.
A receita cresceu modestamente, em 1%, totalizando US$ 20,82 bilhões, ligeiramente acima do consenso. A receita líquida de juros, por sua vez, caiu 1,8%, para US$ 11,71 bilhões.
Um dos destaques do trimestre foi o fim do limite imposto pelo Federal Reserve (Fed) ao tamanho do balanço do banco, encerrando sete anos de restrição após o escândalo das contas falsas. Agora, o Wells Fargo volta a operar com mais de US$ 2 trilhões em ativos.
Citigroup surpreende com crescimento de 25% no lucro
O Citigroup teve um segundo trimestre acima das expectativas, com lucro líquido de US$ 4,02 bilhões — alta de 25% sobre o mesmo período de 2024. O lucro por ação ajustado foi de US$ 1,96, frente a uma previsão de US$ 1,60. A receita atingiu US$ 21,67 bilhões, também superando a estimativa de US$ 20,98 bilhões.
A divisão de mercados foi um dos motores do bom desempenho, com crescimento de 16% na receita. O segmento de ações cresceu 6% em relação ao ano anterior e 7% ante o trimestre anterior. O setor bancário também teve expansão de 18%.
A CEO Jane Fraser afirmou que o banco está “melhorando a performance de cada unidade para conquistar mais participação e retorno”. Apesar disso, o Citi elevou sua provisão para perdas de crédito em razão do que chamou de “deterioração das perspectivas econômicas”.
BlackRock cresce 7% em lucro e mantém liderança global
A gestora de ativos BlackRock fechou o segundo trimestre com lucro líquido de US$ 1,593 bilhão, avanço de 7% em relação ao ano anterior. O lucro por ação ajustado foi de US$ 12,05, superando com folga a projeção de US$ 10,80.
A receita trimestral foi de US$ 5,423 bilhões, alta de 13% sobre o segundo trimestre de 2024, embora levemente abaixo da estimativa de US$ 5,45 bilhões. Ao fim de junho, a BlackRock administrava US$ 12,527 trilhões em ativos, crescimento de 18% em 12 meses, impulsionado pelo desempenho das bolsas americanas e entradas líquidas de US$ 68 bilhões.
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